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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O materialismo e as obrigações filiais.

 
 

 

Nota inicial: A matéria abaixo foi modificada do originalmente encontrado no Jornal DW, no intuito de utilizar a matéria para análise que se constrói ao final do texto, mas sem a exposição em nosso canal de divulgação do entrevistado. Fotos e nome retirados/ alterados.

 

 

 

 

 

 ALEMANHA

A eutanásia e o direito de decidir sobre a própria morte

Um terço dos suicídios na Alemanha é cometido por idosos. O médico K.A, de 82 anos, é a favor do direito à eutanásia para pacientes terminais. Mas também para si próprio, como alternativa à vida no asilo.

 

K.A enfatiza que, se quisesse, poderia dar fim à própria vida. Ao contrário de muitos outros que desejam a morte, o médico de 82 anos tem acesso a medicamentos potencialmente letais a qualquer hora.

"Conhecidos meus se mataram. Um se jogou na frente de um trem em movimento, outro se enforcou", conta K.A. "Ambos os casos foram um grande choque para mim." Por outro lado, ele observou a eutanásia em animais, com uma injeção letal. "Eu vi como a coisa pode ser descomplicada e pacífica." 

 

Diante da solidão da velhice

O médico veterano sofre de leucemia, o que o obriga a tomar remédios diariamente. Para poder atravessar o dia, ele precisa de fortes analgésicos. O apartamento em que vive é "grande demais", diz, assim como o automóvel que dirige. Ele é um senhor de idade de boas posses.

 

Médico de Düsseldorf defende direito de determinar a própria vida

No momento, K.A diz não ver motivos para se matar. Ele chegou a considerar o tema dois anos atrás, logo após a morte da esposa. Gravemente doente, ela foi internada numa clínica para pacientes terminais. K.A caiu em depressão profunda. "Minha condição estava mais para a morte do que para a vida", descreve.

Um psiquiatra o tomou sob seus cuidados. "Depois que comecei a melhorar e a gradualmente me recuperar, percebi que a tão esperada vida familiar não se concretizava." O filho e a filha, que vivem no mesmo prédio, não se importavam com ele. O idoso se sentiu abandonado e solitário. "Foi então que percebi que um velho deve comandar a própria vida." 

 

Autodeterminação na vida e na morte

K.A quer poder determinar a própria vida. "Padecer num asilo, tratado por totais estranhos, que me dão banho e me sentam no sanitário, está fora de questão para mim." Para ele, aí seria o momento de dizer: "Agora eu acabo com tudo!"

 

Morte da esposa precipitou K.A numa depressão profunda

Muitos idosos consideram que não querem mais viver. Eles temem se tornar cada vez mais dependentes, sofrem com os sintomas das doenças e com relacionamentos estressantes. A cada ano, cerca de 10 mil pessoas se suicidam na Alemanha. De acordo com o Programa Nacional de Prevenção do Suicídio do governo federal, mais de um terço delas tem 60 anos ou mais. Também chama a atenção o aumento da frequência a partir da oitava década de vida, sobretudo entre os homens.

Se for o caso, K.A quer que também sua morte seja por determinação própria. Como médico, ele já tomou as medidas necessárias: as pílulas letais estão a postos, revela sem rodeios. "Então, se chegar ao ponto de não ter mais como cuidar de mim mesmo, eu posso dar fim à história." 

 

Ajudar, não só curar

Muitos outros pacientes não dispõem dessa opção. "Ou eles têm que ter muito dinheiro para ir à Suíça" – onde a eutanásia é permitida por lei – "ou então lançam mão de meios totalmente inadequados, que podem resultar em complicações sérias, mas não no sucesso almejado."

O "sucesso" a que K.A se refere é o fim da própria vida. Para ele, é seu direito inalienável decidir quando esse fim deve ocorrer. Ele está familiarizado com o debate sobre a eutanásia. "Uns dizem que não se pode dispor da vida à vontade; os outros, que a autodeterminação é essencial e está acima disso. Entre esses dois polos é quase impossível um consenso." Quanto à sua preferência pessoal, ele não tem dúvidas.

 

"Acabar num asilo, aos cuidados de estranhos, está fora de questão para mim."

Mas o médico não existe para curar, em vez de matar? "O médico não tem apenas o dever de curar", acredita K.A, "mas, sim, de ajudar o paciente". Essa ajuda implica também "providenciar uma morte tranquila" a um doente terminal, caso este o deseje ou assim tenha estipulado num testamento vital.

Ele próprio nunca teve que agir assim em sua profissão, afirma. No entanto, há situações em que simplesmente não é mais possível curar. "Ao nascer, a gente é condenada à morte. Nós temos a possibilidade de dar ao paciente uma morte pacífica, por exemplo, com uma superdose de anestésicos."

E se ele tivesse se matado no ápice da depressão? Aqui, o médico octogenário fica reflexivo: "OK, então eu não existiria mais. Mas também não teria mais motivo para me aborrecer."

 

 

Análise

Quando em uma das palestras de Divaldo Franco, narra que ao final da mesma, ocorrida em uma nação europeia. Uma senhora o procura e de forma afável o questiona:

Sr. Divaldo adorei a sua palestra, mas como o senhor sabe  aqui no meu país os que são considerados pobres tem uma qualidade de vida igual à classe média alta de seu país (Brasil). Isto na década de 90 do Séc. XX.  Divaldo, em resposta a esta questão explanou: A caridade não é apenas a caridade amoedada. É certo que aqui não há as agruras que em solo pátrio existem no campo econômico. Mas aqui há uma prática, algo corriqueiro, em os pais começam a atingir o seu sexagenário e  já se inicia a estudar o seu envio para um asilo. 

Lembrando, antes de dar continuidade ao assunto, que sobre os cuidados e atenções que nossos pais, hoje idosos, são merecedores de seus filhos. Em verdade, sequer deve ser considerada como um ato de caridade filial, mas,  um natural cumprimento do dever que estes têm pelos seus pais, diante Deus.
 

Mas há aqui uma segunda análise e que vem a ser o foco a se analisar nesta matéria. O materialismo e suas graves consequências.

Ao identificar que em um país como a Alemanha, com uma população que não é muito mais do que oitenta e dois milhões de habitantes. Ter uma média anual de dez mil suicídios\ano é algo assustador. E como é triste identificar que  1/3 destes casos são de pessoas de idade já avançada. Apesar de ser sempre um ato lastimável, em qualquer etapa da vida.

Fruto do materialismo, senhores e senhoras que teoricamente estão abeirando-se do término de suas experiências corpóreas. Por falta de uma base religiosa que os guiem, interrompem suas existências, aniquilando, anulando, tudo de bom que ela poderia representar para o seu Espírito imortal. Gerando para ela, seja do ponto de vista espiritual e em futura reencarnação quantos sofrimentos que poderiam ser evitados. Exilando de si, voluntariamente, felicidades que meritoriamente poderiam usufruir se não tomassem esta decisão errônea. Isto lembra comunicação do Dr. Bezerra de Menezes, quando em comunicação expôs o pensamento: Por mais meritória que tenha sido até o presente momento  a vida de uma pessoa. Enquanto a morte não vier encerrar a experiência terrestre, há ainda sério risco de não ser totalmente exultosa. Afinal, nos últimos metros desta caminhada, podem aparecer obstáculos intransponíveis que não permitam que aquela jornada possa ser considerada totalmente concluida.

 

Tenhamos a consciência de nossas responsabilidades perante nossos familiares e sociedade. E a necessidade, sem ferir a ninguém através da exigência de como nós creia, sobre a imortalidade da alma e a total necessidade para todos nós, de sabermos bem aproveitar cada minuto de nossas vidas na Terra. Não nos cabendo deixar de viver sequer o último segundo de nossas vidas. Lembremos-nos o que a Espiritualidade Superiora está constantemente a nos dizer: Por mais longa que uma encarnação possa nos parecer, nada mais representa para os nossos espíritos imortais, do que uma insignificativa faixa de tempo. Sendo, contudo, importantíssima oportunidade para a nossa evolução se bem soubermos suportar, aproveitar até o fim.  Como um soldado que não foge da batalha e que assim cumpre bem a sua tarefa.

 

Marcílio F da Costa Pereira